Na Festa do Centenário, dia 27 de Outubro, o presidente do Conselho Directivo da Associação Iúri Gagárin destacou que «muito do que, de mais positivo, ditou a marcha da Humanidade, no século XX, teve o selo do ideário da Revolução de Outubro, acontecimento histórico que, pense-se a seu respeito o que se pensar, continua a marcar a actualidade e confiamos em que continuará a marcar o futuro».
A associação continua a promover iniciativas comemorativas do centenário da Revolução de Outubro e a participar em eventos organizados por outras entidades.
A Festa do Centenário decorreu em Lisboa, no Auditório Camões, da Escola Secundária de Camões, na noite de sexta-feira, 27 de Outubro.
A apresentação do espectáculo foi feita por André Levy, actor e professor, que em vários momentos leu poemas de Vladimir Maiakovski, Vicente Huidobro, Bertolt Brecht, Pablo Neruda e Sidónio Muralha e um excerto de um artigo de Mário Dionísio, publicados aqui.
O concerto começou com o duo CORDIS, constituído por Paulo Figueiredo, ao piano, e Bruno Costa, na guitarra portuguesa.
A actuação seguinte coube à Brigada Victor Jara, lembrando Manuel Rocha que o grupo actuou numa das primeiras edições dos Dias de Portugal na URSS e que ele próprio acabaria por tirar o curso de Violino na URSS.
A participação de imigrantes naturais da Rússia, da Ucrânia, da Moldávia e de outros países que constituíam a URSS foi assegurada em três vertentes: o grupo de danças russas de Oksana Kirnoze; a voz e a viola do cantautor Oleg Chumakov; e canções interpretadas por Olga Shulika e Janna Cunceva.
O presidente do Conselho Directivo da associação, Levy Baptista, subiu ao palco para uma breve saudação - que publicamos na íntegra aqui - em que considerou a Revolução de Outubro como património da humanidade.
O concerto prosseguiu com as canções de Manuel Freire, incluindo a conhecida (e adequada à celebração) Pedra Filosofal.
Apresentado com a leitura de um texto de Mário Dionísio sobre o 60.º aniversário da Revolução de Outubro (que pode ler aqui), o Coro da Casa da Achada (Centro Mário Dionísio) cantou e leu palavras do poeta, escritor, crítico e pintor. Também interpretou uma «versão internacional» da canção popular russa Katiucha.
A noite foi encerrada por Luísa Basto, acompanhada por Manuel Gomes, à guitarra, e Fernando Gomes, à viola, e no repertório também trouxe Noites de Moscovo.
No átrio do auditório esteve patente uma exposição de cartazes e postais comemorativos do centenário da revolução.
- Filmagens de alguns momentos da festa
Outras iniciativas
A Associação Iúri Gagárin integrou-se na edição de 2017 do festival literário FOLIO, em Óbidos, que este ano decorreu sob o tema «Revoluções».
No dia 25 de Outubro falou-se de: A revolução russa e a experiência soviética, com Luís Rafael Gomes; A revolução russa e a cultura – os poetas da revolução – Blok e outros, com Jayanti Dutta; A Revolução de Outubro – a voz feminina na cultura, com Dulce Rebelo; As artes visuais em tempo de revolução, com Cristina Cruzeiro; A revolução russa na História, com António Avelãs Nunes.
Para dia 27 de Novembro, em conjunto com o Centro de Línguas e Culturas Eslavas da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, estamos a preparar uma sessão onde se propõe apreciar A Mãe a partir de três obras com este título: o romance de Máximo Gorki, a peça de Bertolt Brecht e o filme de Vsevolod Pudovkin (que pretendemos ali exibir).
Também se insere na comemoração do centenário da revolução o documentário sobre estudantes portugueses na URSS, abordando experiências de vida de portugueses que fizeram os seus estudos em estabelecimentos de ensino superior da União Soviética.
Ainda neste âmbito, a Associação Iúri Gagárin está a promover a publicação electrónica de uma selecção de artigos da revista «Paz e Amizade», focando-se no impacto da Revolução de Outubro em Portugal.