No auditório do Metropolitano de Lisboa, no Alto dos Moinhos, realizou-se no dia 11 de Maio uma sessão-concerto, para assinalar os 80 anos da vitória sobre o nazi-fascismo e do fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Foi salientada a importância de preservar a verdade histórica e empenhar todos os esforços para defender a paz hoje.
Colocando o enfoque no papel da União Soviética e na Grande Guerra Patriótica que os povos da URSS enfrentaram, lembrámos os mais de 20 milhões de soviéticos que morreram para salvar a sua pátria e o nosso mundo das trevas do nazi-fascismo. Mais de um milhão de soldados soviéticos perderam a vida, durante a libertação da Europa.
Passadas oito décadas, foram recordados aqueles que passaram pelas privações e os sacrifícios da Grande Guerra Patriótica, aqueles que morreram, mas não se renderam.
Numa breve alocução, o presidente do Conselho Directivo da Associação Iúri Gagárin lembrou como a derrota do nazi-fascismo foi celebrada, em Portugal, dando ânimo à esperança de que estaria próximo também o fim do regime fascista. Levy Baptista sublinhou o papel da URSS no desfecho do conflito mais sangrento que a humanidade já viveu e contou como, perante a proibição de exibir a bandeira da União Soviética, houve quem levasse paus sem bandeira para erguer nas manifestações populares de celebração da Vitória e da Paz.
Cada república da União Soviética deu o seu valioso contributo para a derrota do nazi-fascismo.
O Dia da Vitória (9 de Maio) une milhões de pessoas em todo o Mundo. Tendo presente aquilo que custou chegar a esse dia, a nossa preocupação principal é combater as tentativas de distorcer a história e de justificar os crimes do nazi-fascismo contra a humanidade.
O final da manhã foi preenchido com canções dos anos da guerra, na maioria interpretadas por jovens originários da Rússia, Moldávia e outros países que fizeram parte da URSS.
Manuel Pires da Rocha, antes de apresentar um apontamento de violino (com um excerto de uma peça de Gonçalo Rodrigues Paredes e da «Guerra Sagrada», «Svichenaia vainá»), lembrou como a vitória da URSS na Grande Guerra Patriótica acabou por ser também um estímulo e apoio para aqueles que em Portugal combatiam o fascismo. Recordou as histórias de Maria Armanda Serra e Luísa Basto, presentes na plateia.
Foram estreadas versões portuguesas da popular canção Katiúcha e de «Meu querido, e se não tivesse havido guerra?», bem como uma composição de Victoria Stoyanova.
Num conjunto de duas dezenas de interpretações, houve também espaço para a dança, com a «Valsa da Vitória», por Anastassia Kisseleva e Ricardo Coelho.
Por várias vezes, o público fez-se coro a acompanhar os artistas.
A terminar, ecoou «Dia da Vitória» («Dienh Pabedy»), iniciada por Vadim Rudoi, logo acompanhado por todos, deixando bem presente que se viveu em 1945 «alegria com lágrimas nos olhos».
A iniciativa foi organizada pela Associação Iúri Gagarin e a Associação Chance+. As fotos são de Fernando Monteiro.
Os objectivos das celebrações dos 80 anos da Vitória estão expressos no Manifesto «Pela liberdade, a paz e a verdade! Contra o fascismo e a guerra!», subscrito também pela Associação Conquistas da Revolução, a Associação Feminina Internacional Lótus, a Associação Rotas Vermelhas e a União de Resistentes Antifascistas Portugueses.
— Manifesto «Pela liberdade, a paz e a verdade! Contra o fascismo e a guerra!» (ficheiro pdf)