No convívio que celebrou o cinquentenário da Associação Iúri Gagárin e os 50 anos do 25 de Abril, participaram mais de seis dezenas de associados e amigos, partilhando a firme ideia de que permanecem actuais e válidas as razões que motivaram a fundação da Associação Portugal-URSS e que hoje merecem todo o empenho deste colectivo.
O encontro teve lugar a 22 de Junho, na adega da Quinta da Atalaia (Amora, Seixal).
No final do almoço festivo, o presidente do Conselho Directivo da associação, Dr. Levy Baptista, saudou os presentes. Evocou as circunstâncias em que era possível visitar a União Soviética, antes do 25 de Abril, e lembrou as principais actividades desenvolvidas, em Portugal e na URSS, depois da revolução e da formação da associação.
O objectivo central da associação, hoje definido como «estabelecer e incentivar, entre o povo português e os povos que constituíam a URSS, a amizade e o conhecimento mútuo, o intercâmbio cultural, social e científico, no interesse da cooperação e da paz», constava já nos primeiros estatutos, aprovados em Assembleia Geral, a 5 de Junho de 1974.
Levy Baptista recordou que a data de 22 de Junho, para o povo soviético, tinha uma grande importância. Ainda hoje, marca um dia de dor e de homenagem aos milhões de soviéticos que morreram na Grande Guerra patriótica, iniciada com o ataque da Alemanha nazi à URSS, em 1941. Por todos os que se sacrificaram para que a humanidade não caísse sob o domínio nazi, propôs uma salva de palmas.
A conversa «A URSS e Portugal», em torno da solidariedade da União Soviética com a resistência antifascista e a Revolução de Abril, foi iniciada e moderada por Lurdes Gonçalves, médica, formada na União Soviética, vice-presidente da Mesa da Assembleia Geral da associação.
Foram prestados depoimentos por Manuela Bernardino (que destacou a escola-internato Interdom, em Ivanovo, onde foram acolhidos filhos de revolucionários de vários países, que lutavam na clandestinidade; aí estiveram 13 portugueses, entre 1963 e 1974, e a oferta de bolsas de estudo a jovens portugueses, que, de regresso a Portugal, se tornaram profissionais competentes nas mais diversas áreas), Natacha Sequeira (sobre a Rádio Moscovo e a história de vida de Amélia e Jorge Matos), Alexandre Pirata e Carlos Vitoriano (antigos estudantes na URSS, sobre a solidariedade soviética para com a Reforma Agrária).
A encerrar esta tarde de festa, cantou Luísa Basto, acompanhada por Manuel Gomes (guitarra) e Fernando Gomes (viola).